O atacante Ronaldo anunciará hoje numa entrevista coletiva, às 12h30, a sua aposentadoria definitiva do futebol. Depois de 18 anos atuando como jogador profissional, o maior artilheiro da história das Copas resolveu abandonar o esporte por causa de sua má forma física.
No entanto, outro motivo pesou também na decisão do jogador: a perseguição por parte da imprensa e da fanática torcida do Corinthians.
Há de se corrigir algumas injustiças: é bem verdade que o Fenômeno há muito tempo não vinha sendo aquele grande jogador de antes. Seus problemas com a balança, suas festas, jantares com celebridades, e desinteresse em algumas partidas realmente mancharam muito a sua carreira. Agora, crucificá-lo e perseguí-lo da forma como tudo aconteceu é no mínimo lamentável.
Todos sabiam que Ronaldo não era mais aquilo que ele já foi um dia, até pelos seus 34 anos e pelo seu gravíssimo histórico de lesões. Era óbvio que ele não conseguiria manter o mesmo nível exibicional de 8, 9 anos atrás. Ou alguém imaginou algo diferente?
Infelizmente, aqui no nosso Brasil não há respeito pela memória dos nossos grandes ídolos. Nossos craques são mais reconhecidos e lembrados no exterior do que aqui. O que dizer de Romário, e do próprio Ronaldo, que até hoje são reverenciados na Holanda por suas passagens pelo PSV, há mais de 15 anos!
O que acontece hoje com Ronaldo, Roberto Carlos, Rivaldo e companhia, acontece também em outras áreas. O que dizer do nosso grande Chico Anysio? Foi preciso ficar entre a vida e morte para ser lembrado pela mídia e pelo povo. Alguém ouvia falar do Chico antes dele ser internado? Eu não ouvi, e creio que todos aqueles que estão lendo esse post também não devem ter ouvido.
Enfim, apesar de eu nunca ter sido um grande torcedor da Seleção Brasileira, agradeço ao Fenômeno todas as alegrias e glórias que ele trouxe ao nosso humilde e carente povo, através de seu incrível futebol, e que ele tenha sucesso na sua nova carreira: a de administrador de carreira de outros atletas, através de sua empresa de consultoria, a 9ine.
Um grande abraço,
Marcos David